por Antonio Caprio
Nada detém a marcha do tempo, tempo esse que é uma utopia da intelectualidade humana. O calendário marcava 15 de maio de 1919. Dois homens se reuniram em torno de uma mesa de café, e fizeram nascer a ideia de se escrever um álbum que registrasse a linha do tempo de São José do Rio Preto, de 1918 e 1919 uma cidadezinha que brotava no alto sertão noroeste do Estado de São Paulo. Eram eles Fernando Oiticica da Rocha Lins, advogado alagoano que por aqui aportou em 1913, respondendo pela parte de pesquisa histórica e fotográfica e Raul Silva, dentista formado pela Faculdade de Farmácia e Odontologia de São Paulo, atuando como ideólogo do projeto. Sonhando e registrando seus sonhos, nasceu o “Álbum de Rio Preto”. Ambos os autores tiveram uma vida profícua, plantando diversas sementes culturais, sociais e filantrópicas e deixaram, não só o álbum, como também diversas outras obras e serviços, estando seus nomes perpetuados em ruas da cidade.
A cidade era ‘adolescente’ com ‘apenas’ 67 anos e registrando mais de duas mil residências e por volta de 125 mil habitantes, muitos fixados em pequenas chácaras e algumas poucas fazendas, num imenso território entre os rios Preto, Turvo, Grande, São José dos Dourados, Paraná e Tietê. Oiticica destacou em sua introdução : “ e todos nós que aqui vivemos, neste solo abençoado com atencioso interesse seguimos de perto a sua estupenda evolução, devemos congregar, com todas as nossas forças, com o melhor dos nossos esforços, esquecendo ressentimentos que porventura existam, abstraindo personalidades, para, pelo trabalho comum fazer de Rio Preto, uma bela, grande e risonha cidade, retribuindo desse modo, o magnífico agasalho que a todos nos proporciona” . Rio Preto, em 15 de maio de 1919. F Oiticica Lins ( grafia da época).
O Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico IHGG, de São José do Rio Preto, por um trabalho conjunto com Lelé Arantes, então presidente da entidade, Agostinho Brandi e outros colaboradores fez reeditar o citado álbum, um primor não só de informações de várias naturezas, como também uma enorme e agradável seleção de imagens de pessoas e estabelecimentos comerciais, industriais e de várias outras naturezas, fixando, através das fotos, como que por um passe de mágica, a linha do tempo dos anos de 1918 e 1919.
O IHGG registra a ambos os cidadãos os mais elevados préstimos de agradecimento pelo significativo trabalho em favor da história de nossa cidade das oportunidades. É através da História que podemos avaliar o trabalho de cada um pela conquista do presente que hoje desfrutamos. Nossos cumprimentos ao Diário da Região de 15.05.2019 – Página 5B
(jornalista Marival Correa) pelo registro do importante fato.
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